Com a crise econômica e a pandemia do Covid-19 neste último ano, a demanda por soluções às políticas públicas aumentaram, e a procura por representatividade e inclusão também ganhou visibilidade nos últimos meses.
Segundo especialista, os assuntos que antes não tinham tanta visibilidade hoje ganham força com os representantes progressistas. “Um perfil mais diverso nas casas legislativas tende a resultar em políticas inclusivas, e assuntos que antes não tiveram a devida visibilidade, como o combate ao racismo tendem a ficar em evidência. Se por um lado isso é necessário, pode ter certeza que os velhos donos do poder ficarão muito incomodados com o brilho de novos protagonistas”, comenta Paulo Loiola, mestre em gestão de políticas públicas e estrategista político da Baselab, consultoria especializada em campanhas progressistas.
O racismo, por exemplo, é um dos maiores fatores que explica esse alto índice de homicídio entre os negros e pardos no país. No Brasil, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 55% da população se define como negra ou parda, mas 75,7% das vítimas de homicídio correspondem a esse grupo.
Por isso, o especialista acredita que as pautas progressistas estão relacionadas diretamente ao desenvolvimento do país, evidenciando assim a ruptura dos padrões sociais tradicionais e incluindo novos representantes políticos para uma sociedade mais consciente. “Queremos eleger mais representantes progressistas, de preferência mulheres, negros, LGBTQI+, indígenas e periféricos. Porém, costumamos dizer que a eleição não é o único resultado, queremos ampliar a voz de quem precisa ser ouvido, queremos inserir pessoas sérias e capacitadas no sistema político”.